Mix de marketing: 8 coisas que estão matando sua estratégia de marketing

Marketing Digital

Mix de marketing: 8 coisas que estão matando sua estratégia de marketing

O mix de marketing é a base para uma boa estratégia de marketing dentro da sua empresa, focado nos objetivos da sua marca. Para não cometer erros ao desenvolver o mix, confira o texto abaixo.

Hotmart

01/03/2023 | Por Hotmart

O que veremos nesse post:

Se os resultados da sua empresa não estão indo como você esperava, talvez seja culpa do seu mix de marketing.

Dependendo de como for aplicado, ele pode ser o responsável por acabar com a sua estratégia.

Acontece assim:

A estratégia de marketing é tipo o esqueleto que sustenta seu negócio. 

O mix de marketing são as peças que formam esse esqueleto.

E, se as peças não estão bem encaixadas, o esqueleto não fica em pé.

O que eu quero te dizer com isso é que o mix de marketing pode te ajudar muito na hora de bolar sua estratégia… Ou pode ser um tiro no pé.

Isso se você cometer os erros que eu vou te contar nesse artigo.

E não é qualquer tiro no pé, não. 

É aquele capaz de deixar uma das maiores marcas do mundo com mais ou menos 30 milhões de dólares de prejuízo.

Foi o que aconteceu com a Coca-Cola. 

Em 1985, ela resolveu lançar uma nova fórmula do refrigerante mais famoso do mundo para competir com a Pepsi, que estava ganhando mais e mais espaço na época.

Só que a Coca-Cola falhou na hora de analisar direito um dos elementos mais poderosos do mix de marketing dela: o público.

E foi isso que gerou um prejuízo tão alto. Mesmo se tratando de uma empresa tão grande. 

Cá para nós: U$ 30 milhões não é qualquer coisa.

Então, se você não quer ter esse tipo de prejuízo, leia esse artigo até o final que eu vou te mostrar os 8 erros que você pode estar cometendo na hora de bolar seu mix de marketing e que acabam matando sua estratégia.

Mas antes de te contar os erros que você deve evitar na hora de montar seu negócio, o que é, afinal, mix de marketing?

O que é mix de marketing?

O mix de marketing é um conjunto de elementos variáveis necessários para a elaboração de um plano de marketing efetivo.

Porque antes de começar um negócio você precisa ter objetivos bem determinados, como o que você vai vender, onde, para quem e como.

O objetivo do mix de marketing é te dar uma boa base para sua empresa alcançar seus objetivos.

Geralmente isso significa fazer seus clientes desejarem e comprarem o seu produto, além de criar um bom relacionamento com os clientes e com o mercado. 

O conceito de mix de marketing surgiu nos anos 60 e, a princípio, era baseado em 4 Ps: produto, preço, praça e promoção.

À medida que o próprio marketing foi evoluindo, o mix de marketing também evoluiu.

Isso aconteceu porque as necessidades dos consumidores foram mudando, e as empresas precisavam encontrar novos modelos que conseguissem lidar com isso.

Nos anos 60, o marketing era muito focado no produto, sem ver as necessidades do público. 

Mas aí foi ficando cada vez mais claro que só o produto não era suficiente: serviços, análise de mercado e as necessidades do cliente mereciam mais atenção no mix de marketing.

Então surgiram outros modelos: de 4 Ps, subiu para 7. Depois para 8. Também tem os 4 Cs e os 4 As. 

Eu vou explicar todos neste artigo. 

Para que serve o Mix de Marketing?

O mix de marketing tem a finalidade de gerar desejo de compra nas pessoas. 

Para isso, esse conjunto de estratégias precisa ser pensado de acordo com o perfil da empresa em questão e, principalmente, com o seu público-alvo. 

Cada elemento do mix de marketing é um fator que interfere no sucesso de toda a estratégia. Funciona como um time que, juntos, visam vencer a partida e manter o nível de jogo lá em cima. 

Logo, o mix de marketing serve para:

  • Segmentar bem o mercado e o público;
  • Definir o preço certo do produto ou serviço;
  • Encontrar a melhor maneira pela qual a sua persona irá encontrar esse produto ou serviço;
  • Entregar de forma conveniente;
  • Aumentar o alcance do negócio, promovendo-o da maneira mais adequada para o seu nicho;
  • Definir estratégias de posicionamento;
  • Comunicar de forma atrativa.

Isso tudo que você leu pode parecer muito mais amplo do que costuma aparecer em outros textos sobre o tema, eu sei. 

Mas neste artigo, eu estou levando em conta o modelo mais completo do mix de marketing que, como eu te falei, já deixou de ser apenas baseado nos 4 Ps. 

Dessa forma, o mix de marketing completo busca verdadeiramente suprir as necessidades do seu cliente e gerar mais lucro para a sua empresa.

Por isso, eu sugiro que você fique atento às 8 coisas que podem acabar atrapalhando a sua estratégia de marketing, que eu vou te mostrar logo mais.

Mas antes você precisa saber quais são e como funcionam os elementos que compõem os diferentes modelos de mix de marketing.

Mas pode ficar tranquilo que eu vou te explicar cada modelo, começando pelo clássico.

Os 4 Ps do Marketing

 

O clássico mix de marketing dos anos 60 se baseia nos 4 Ps: produto, preço, praça e promoção.

O conceito surgiu com o professor Jerome McCarthy, no livro “Basic Marketing”. E ganhou mais força com um dos papas do marketing, Philip Kotler.

Esses quatro elementos devem estar em equilíbrio para seu negócio ir bem.

Isso significa que um depende do outro: se você altera o preço, por exemplo, você precisa ajustar os outros três para restabelecer esse equilíbrio e manter o negócio funcionando.

E o que cada um significa? Vou explicar.

1. Produto

O produto é o centro do seu negócio. 

É o que você tem para oferecer aos seus clientes.

O produto é um bem tangível (algo físico mesmo, como um carro) ou intangível (um serviço, como o seguro do carro) que satisfaz uma necessidade ou desejo.

Você também pode oferecer um produto digital, isto é, um infoproduto.

Para saber que necessidades ou desejos são esses, é importante conhecer seu público-alvo

Assim você tem mais certeza de que vai oferecer algo que as pessoas de fato vão querer.

Antes de criar um produto ou serviço, você também deve fazer uma pesquisa de mercado para saber o que a concorrência já fez e está fazendo, o que está dando certo e o que não está. 

De nada adianta você ter um produto fantástico se ninguém estiver interessado.

Ou se ele não tiver nenhum diferencial. 

Depois que você já fez sua pesquisa, analisou seu público e criou o produto, você precisa lembrar que ele tem um ciclo de vida

Todo produto passa por introdução, crescimento, maturidade e declínio.

Ter isso em mente ajuda a pensar nos benefícios que seu produto pode oferecer para se manter por mais tempo no mercado.

O caso que eu vou te contar aqui é um ótimo exemplo de como usar o mix de marketing para inovar na hora de relançar um produto.

A marca Dutch Boy percebeu que latas de tinta são chatas.

Difícil de abrir, difícil de fechar, difícil de carre gar. Fácil só se for pra derramar na hora de usar. E ninguém fazia nada a respeito há décadas.

Então eles mudaram a lata.

Só isso.

Eles mudaram o design da lata, como você pode conferir aqui:

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=xZPmM0mI-5s 

A nova lata tinha um design mais arredondado, um bico para facilitar na hora de derramar a tinta e uma tampa que abria e fechava “desenroscando”.

Ao alterar o produto, a marca triplicou o número de vendas em apenas seis meses (preço).

Ainda diminuiu o custo de distribuição em 8% (praça).

E foi incluída na lista das “10 melhores embalagens da década”.

Essa mudança fez a Dutch Boy aparecer em 30 revistas diferentes e em 60 dos jornais mais influentes dos Estados Unidos (promoção).

A sacada foi simples, mas para chegar até esse ponto a empresa precisou estudar as necessidades e os problemas do seu público, entender que objetivos a empresa queria alcançar e como poderiam melhorar isso. 

Se foi simples e efetivo, é porque a estratégia de marketing deu certo.

Assim, algumas perguntas que você deve fazer na hora de criar o produto são:

  • Que necessidade ou desejo esse produto vai satisfazer?
  • Como, quando e onde o cliente vai usar o produto?
  • Que funções eu preciso incluir no produto para que ele satisfaça essas necessidades?
  • Qual é a aparência dele?
  • Se for um produto físico, tem variedade (cores, tamanhos)?
  • Qual é o nome do produto?
  • Como ele se diferencia dos outros produtos que já existem?

Depois de ter a resposta para essas perguntas, você pode passar para o próximo passo.

2. Preço

O preço é um ponto extremamente importante na hora de definir seu mix de marketing.

É ele que gera lucro para seu negócio.

E que também estabelece a percepção que o público tem do seu produto ou serviço.

Um preço muito baixo pode dar a impressão de que seu produto é de baixa qualidade, ou “bom demais para ser verdade”.

Um preço muito alto pode afastar uma parcela de clientes, ou ser considerado exagero.

Então o preço do seu produto precisa levar em consideração o custo real que você teve na hora de produzir, quanto seus clientes estão dispostos a pagar e o valor que as pessoas atribuem ao que você está vendendo.

Também tem que incluir o tempo que levou para produzir o produto, as despesas que você teve durante a produção, a complexidade e a exclusividade do seu produto.

Fazer pesquisa de mercado para ver quanto seus concorrentes estão cobrando é outro ponto muito importante.

Não existe uma fórmula única, mas essas são só algumas das coisas que você deve levar em consideração antes de precificar seu produto.

A Rolex é um ótimo exemplo de marca que se concentra muito no valor que seus produtos têm.

Eles não se importam em colocar um preço alto e não oferecem descontos, porque sabem que a pessoa que quer comprar um relógio da marca está, na verdade, comprando um símbolo de poder e status.

3. Praça

Praça tem a ver com os locais onde seu produto está disponível para compra. 

É como as pessoas chegam até seu produto.

Nem sempre precisa ser um ponto físico.

Se seu negócio for online, sua praça pode ser seu site, por exemplo. Ou você também pode fazer parcerias com outros sites que seus clientes costumam acessar.

Inclusive, hoje a maioria das compras começa com uma pesquisada rápida no Google. Por isso, é importante que seu conteúdo esteja bem rankeado nos mecanismos de busca. 

Quando se trata de praça, você precisa pensar nos canais de distribuição do seu produto, ou seja, nos processos que levam seu produto ao cliente.

Por isso, vale a pena estudar seu público-alvo para descobrir os hábitos deles.

Existem quatro principais tipos de canais de distribuição:

  • Direto: venda direto para o consumidor, sem nenhum tipo de intermediário. A empresa pode ter controle de todos os canais de distribuição ou ter um ponto específico de venda. Vendas na internet via site próprio são um tipo de canal direto.
  • Indireto: o produtor usa intermediários para levar o produto até o cliente. Como cada intermediário leva uma parte, esse tipo de distribuição pode aumentar o preço do produto. Por exemplo: se você fabrica roupas e fez parceria com uma loja, a loja leva uma parte.
  • Dual: esse tipo de distribuição mistura venda direta com venda por meio de intermediários. A vantagem aqui é que ajuda a alcançar mais clientes.
  • Reverso: esse é o tipo menos comum. É quando o consumidor envia o produto para a empresa reaproveitar de outra forma. A Insecta Shoes, empresa de sapatos veganos, faz isso.

De forma simples, praça é sobre estar no lugar certo.

4. Promoção

A promoção não é aquele desconto bacana, não.

São as estratégias que você usa para promover seu produto.

É sobre mostrar seu produto para as pessoas, para aumentar a visibilidade dele e o reconhecimento da sua marca e atrair mais clientes.

A maneira mais comum de promover um produto são as famosas publicidade e propaganda. Mas você também pode recorrer a outras formas, como o marketing direto, uma lista de emails, vendas diretas e relações públicas.

Beleza. Então promoção é sobre tornar seu produto visível. Mas visível para quem?

No livro Atravessando o Abismo, Geoffrey Moore mostra uma curva bastante interessante:

 

Na ponta esquerda, estão os inovadores e os “early adopters”, aquela galera é sempre a primeira a descobrir os produtos. 

Na ponta direita estão os “atrasados”, aqueles que só compram o produto depois que todo mundo já comprou.  

E no meio fica a maioria das pessoas. 

É totalmente compreensível você querer que seu P de promoção atinja a maioria, a parte do meio da curva.

E, de certa forma, você não está errado em querer atingir a maior quantidade de gente possível.

Mas se você quer criar um produto incrível com seu mix de marketing, a sacada é focar na ponta esquerda, a dos inovadores e early adopters.

Porque são eles que estão sempre loucos para encontrar produtos novos e diferentes quando a maioria das pessoas ou não está nem aí ou está muito ocupada para prestar atenção.

São os inovadores e os early adopters que vão testar um produto novo e falar dele para o resto da curva, usando um tipo de promoção super comum, mas mega eficiente: o boca a boca.

E a gente tende a confiar mais em um produto quando um amigo ou colega indica.

Os 7 Ps: mix de marketing de serviço

Até aqui você viu o primeiro modelo do mix de marketing, os 4 Ps.

Mas na época que os 4 Ps foram criados, o marketing era muito focado no produto.

De forma bem simplificada, isso significa que as empresas criavam os produtos primeiro, depois compravam bastante propaganda para fazer as pessoas consumirem, em vez de primeiro saber o que os consumidores querem para então fazer um produto.

O tempo foi passando e os profissionais de marketing foram percebendo que só o produto não estava sendo suficiente para vender.

No começo da década de 80, Bernard H. Booms e Mary J. Bitner adicionaram mais 3 Ps ao mix de marketing clássico, criando o mix de marketing de serviço.

Além dos clássicos 4 Ps, esse mix de marketing inclui pessoas, processos e prova física.

Vou te dar um exemplo atual bem simples: a Uber.

Em vez de só buscar o passageiro e deixar ele no local, a Uber oferece um atendimento diferenciado. 

E é comum que os motoristas chamem o passageiro pelo nome, para estabelecer mais intimidade com o cliente, ofereçam água e balinha de graça, além de existir a possibilidade de escutar as músicas do seu celular durante o trajeto.

Os 7 Ps mostram que o foco passou do produto para as experiências que as empresas e negócios podem oferecer ao cliente.

E tudo começa com as pessoas envolvidas.

5. Pessoas

Esse P tem a ver com todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente com o produto. 

É sobre valorizar o elemento humano envolvido na produção.

Isso significa os próprios clientes, os funcionários, a diretoria, quem monta o produto.

Todo mundo de alguma forma é importante para chegar no produto final.

Os funcionários que interagem diretamente com o cliente merecem atenção especial. Porque esses funcionários são a cara do seu negócio.

São elas que tornam a qualidade do seu serviço visível, palpável.

Bom atendimento, apresentação e treinamento na hora de atender são fundamentais para o cliente perceber que seu serviço e produto são de qualidade.

6. Processos

Processos são todas as atividades e procedimentos usados na prestação do seu serviço.

Um processo envolve uma série de passos para entregar uma experiência para o cliente, desde o primeiro momento em que ele resolve comprar o que você oferece.

Deve ser padronizado, no sentido de entregar o mesmo nível de qualidade para todas as pessoas.

Mas também deve ser flexível o suficiente para criar experiências personalizadas que cativam os clientes.

Pensa num spa, por exemplo.

Desde o momento em que você entra no spa, o processo está acontecendo.

É o atendimento que você recebe no balcão, a atenção na hora de guardar seus pertences, a voz e o tratamento de quem for fazer a massagem, a música que você escuta enquanto te oferecem uma bebida.

E se esse spa tiver mais de uma unidade, o padrão de qualidade do processo deve ser igual.

7. Prova física

A prova física é literalmente a materialização da qualidade do seu serviço. 

Isso significa coisas que podem ser facilmente percebidas e comprovadas pelo seu cliente, como a qualidade do atendimento e a embalagem do produto.

A prova física também inclui um espaço que traduz o que você oferece em coisas físicas mesmo.

A prova física é formada por cheiros, barulhos, luz, temperatura, cores.

Pelos equipamentos, pela decoração, pela disposição dos móveis.

Quanto mais atrativo e confortável o espaço, mais seu cliente vai se sentir acolhido e bem tratado.

Caso você tenha um infoproduto, a prova física seria o design do seu site, que é o “local” onde seus clientes podem encontrar o que você oferece.

A Starbucks é um ótimo exemplo de prova física.

Não importa em que lugar do mundo você esteja, você vai saber que está numa Starbucks se entrar em uma.

A decoração é a mesma, os produtos são os mesmos, a ambientação, a luz, o estilo dos móveis, a forma de pedir no caixa, as embalagens têm uma identidade.

Isso é prova de que a empresa se preocupa em prestar um serviço de qualidade o tempo todo.

O oitavo P: produtividade e qualidade

Além dos 7 Ps que já citei, alguns estudiosos do marketing gostam de acrescentar mais um. 

Esse P é o de produtividade e qualidade.

Mas essa produtividade tem mais a ver com você transmitir para o cliente a sensação de que seu serviço é eficiente.

Significa entregar o produto ou serviço sem demora, com menos custo, e sem baixar a qualidade.

Um serviço de delivery mostra produtividade e qualidade quando entrega em pouco tempo um pedido bem preparado.

Os 4 Cs: foco no cliente

Bom, até agora foquei nos Ps do mix de marketing.

Esses Ps se concentravam nas estratégias que sua empresa devem adotar para criar um negócio.

Mas como fica o consumidor nessa história?

Foi pensando nisso que Bob Lauterborn criou um novo modelo de mix de marketing.

Em vez de 4 Ps, ele criou 4 Cs.

Esse modelo surgiu na década de 1990, quando a internet já tinha chegado e em um momento em que a interação entre produtor e consumidor estava bem maior em comparação aos 7 Ps.

O objetivo desse mix de marketing é mostrar as estratégias de marketing para o seu negócio levando em consideração o ponto de vista do cliente.

Os 4 Cs são: cliente, conveniência, comunicação e custo.

1. Cliente

O C de cliente equivaleria o P de produto no modelo dos 4Ps, no sentido de ser o centro desse modelo de mix de marketing. 

Esse modelo defende que você precisa se preocupar primeiro com seu cliente e depois com seu produto.

Você precisa saber o que ele quer, o que ele deseja, quais são seus hábitos de consumo, para conseguir criar um produto que ele vá querer comprar.

Aqui, é imprescindível conhecer seu público-alvo e sua persona de cabo a rabo. 

Não só conhecer, mas entender quais são as necessidades dele.

Para isso, você precisa fazer uma boa pesquisa de mercado.

O C de cliente implica ter mais atenção com quem vai comprar o que você quer.

2. Custo  

Ao contrário do P de preço, o C de custo não é somente o valor que seu cliente está disposto a pagar pelo seu produto.

O preço vira apenas uma parte do custo.

Custo aqui se refere a todo o investimento que seu cliente tem que fazer para ter os benefícios do produto ou serviço que você oferece.

Isso inclui o deslocamento que seu cliente tem que fazer para chegar até seu produto, o tempo envolvido no processo de compra e no uso do produto.

O custo leva em consideração não só o que você gastou no total para fazer o produto ou serviço, mas também o tanto que é preciso para satisfazer seu cliente.

3. Conveniência

O C de Conveniência é sobre estudar os hábitos de compra do seu público-alvo para vender seu produto em canais que são convenientes para seus clientes. 

A conveniência é diferente do P de praça no sentido de não focar só nos locais físicos de distribuição do produto e sim em como diminuir o esforço do cliente e tornar a compra mais fácil.

Tipo aqueles docinhos que sempre ficam no caixa na hora de pagar. Já está no seu caminho, é prático pegar um antes de pagar a conta e ir embora.

4. Comunicação

Para Bob Lauterborn, o P de promoção no modelo dos 4 Ps é muito manipulador, controlado apenas por quem vende o produto.

Enquanto o P de promoção foca em colocar informação sobre o produto na frente do cliente, o C de comunicação busca criar um relacionamento com o cliente focado no estilo de vida dele.

É como se a promoção fosse uma via de mão única, enquanto a comunicação é uma via de mão dupla.

Quem vende conversa com quem compra e vice-versa.

Deixar o canal de comunicação aberto com seu público também te ajuda a entender melhor as necessidades dele.

Além de aumentar suas chances de venda e a fidelização de clientes, porque eles tendem a confiar mais em você.

Os 4 As: foco no mercado

O modelo dos 4 As é um mix de marketing mais voltado para a relação do seu negócio com o mercado. 

Os 4 elementos desse mix foram criados pensando em ajudar as empresas a entenderem melhor o mercado em que elas querem se inserir.

Os 4 As, criados pelo professor Raimar Richers, um dos principais nomes do marketing no Brasil, são: análise, adaptação, ativação e avaliação. 

Richers explica os conceitos no livro O que é marketing. Aqui eu vou dar uma resumida para você pegar a ideia.

1. Análise

Antes de criar seu produto, você precisa fazer uma pesquisa de mercado para descobrir se ele está adequado com o que os consumidores estão pedindo, para avaliar o que seus concorrentes estão fazendo e se as condições econômicas estão favoráveis.

Aqui entram coisas que já falei lá em cima, como conhecer seu público-alvo muito bem, saber os hábitos de compra, seus desejos e necessidades e a média de preço de produtos parecidos com os seus.

2. Adaptação 

Depois de fazer a análise, você volta para o seu produto para ver o que você pode mudar para que ele se destaque e fique atrativo para o consumidor.

3. Ativação

Agora que você já analisou as condições do mercado e já viu como melhorar seu produto, é hora de colocar ele para jogo.

Aqui entram as formas de divulgação: publicidade, propaganda, relações públicas, marketing direto e vendas diretas.

Nesta etapa, seu produto precisa ser visto, desejado pelo consumidor e se diferenciar no mercado.

4. Avaliação

Depois de ter lançado o produto, é hora de ver o que deu certo e o que não deu.

Como você pode melhorar o produto? E a relação com o cliente? Suas estratégias de marketing foram efetivas?

Nessa parte do processo você faz um balanço de tudo isso para melhorar da próxima vez.

E evitar cometer os erros que eu vou te mostrar no próximo tópico.

8 erros que estão matando seu mix de marketing

Se você leu até aqui, sabe o que é o mix de marketing e por que ele é importante.

Também viu quatro modelos famosos de mix de marketing que você pode aplicar para alcançar os objetivos que você traçou para o seu negócio dar certo.

E como cada modelo foca em pontos diferentes da sua estratégia: produto, cliente e mercado.

Mas você pode estar pensando: “Beleza, e aí? Na teoria é fácil saber o que eu preciso, mas o que eu posso estar fazendo de errado?”

Pensando nisso eu juntei 8 erros que você pode estar cometendo e que podem estar prejudicando seu mix de marketing e sua estratégia. 

Olha só:

1. Não saber direito a sua estratégia

Até aqui eu martelei a ideia de que o mix de marketing serve para ajudar sua empresa a ter uma estratégia de marketing efetiva.

Mas é bem comum as pessoas não saberem direito qual é a estratégia do negócio e acharem que é só sair tomando um monte de ações.

Por exemplo: uma empresa já tem um site, mas quer criar um perfil no Instagram.

Só que não sabe justificar como o perfil no Instagram pode melhorar a estratégia de marketing.

Será que o perfil no Instagram é realmente necessário? O site já não cumpre bem o objetivo da empresa? Se não, será que o mais efetivo para a estratégia é criar outro canal de comunicação, ou só melhorar o que já existe?

Antes de tomar ações, você tem que ter saber bem qual é sua estratégia. 

Isso envolve também ter objetivos bem definidos.

2. Não ter objetivos bem estabelecidos 

Fica difícil ter uma estratégia clara se nem seus objetivos você conhece direito.

Antes de fazer qualquer coisa, você precisa pensar o que sua empresa quer alcançar.

Pode ser gerar mais leads, aumentar a visibilidade da sua marca, gerar mais tráfego, fidelizar clientes.

Seus objetivos devem ter um motivo, uma justificativa, e não serem criados sem analisar o desempenho da sua empresa.

O que leva ao próximo ponto.

3. Não definir bem seus KPI

KPI são ferramentas que te ajudam a medir o desempenho das suas ações de marketing e a saber o que está e não está funcionando.

Sem objetivos bem definidos nem uma estratégia clara, fica quase impossível estabelecer quais são seus KPI.

Se seu objetivo é vender mais online, por exemplo, seus KPIs devem incluir vendas.

Se for aumentar a visibilidade da sua marca, seus KPIs devem medir visitas ao seu site, por exemplo.

Sem avaliar o desempenho da sua estratégia de marketing, você não aprende com seus erros e sua empresa sofre.

4. Não conhecer bem seu público-alvo

Todos os pontos que eu falei até agora dependem, na verdade, de você saber muito bem quem é seu público-alvo.

Porque aí você conhece as necessidades, os desejos e os medos desse público e consegue pensar em um produto que resolva os problemas dele.

Mais do que conhecer seu público-alvo, você deve buscar sua persona, o que é mais específico ainda.

Quando você conhece seu cliente ideal, você sabe exatamente como montar um mix de marketing que ofereça o que ele quer.

Quando seu público é muito amplo, você acaba criando um produto muito genérico, e seu mix de marketing perde força.

Vou te dar um exemplo de marca que falhou na hora de entender melhor sua persona.

Em 2010, a GAP, loja de roupas casuais dos Estados Unidos, quis mudar o logo deles e deixá-la mais moderna para atrair uma galera mais descolada.

Mas ao fazer isso a marca não pensou no público-alvo dela: pessoas que querem roupas básicas, simples. E não roupas mais descoladas.

O resultado foi uma reação extremamente negativa do público e a volta do logo antigo em apenas dois dias.

O erro da GAP não foi querer mudar o logo.

O erro foi não levar em consideração as preferências do público-alvo e da persona da marca, como ele pensa e como se sentiria se a marca adotasse uma postura diferente sem consultá-lo antes.

5. Não dar atenção para os clientes que não conhecem seu produto

Esse erro está relacionado com o funil de vendas.

Uma das coisas que o funil de vendas te permite fazer é identificar diferentes tipos de clientes, desde os que não sabem nada sobre você (esses ficam no topo do funil) até os que já estão prontos para comprar seu produto (estão na base do funil).

A base do funil é a mais concorrida, ou seja, aqueles clientes que querem comprar são os mais visados pelas empresas.

E isso é normal, porque essas pessoas já conhecem o produto que você quer vender e não precisam ser muito convencidas dos benefícios dele.

Mas você está perdendo oportunidade de ganhar muito mais clientes quando não presta atenção no topo do funil, isto é, nos clientes que não conhecem você ou seu produto.

Eles dão mais trabalho, isso é um fato: você vai ter que explicar seu produto e convencer essas pessoas de que ele tem benefícios que resolvem o problema delas.

Mas essas pessoas também são menos concorridas e existem em maior quantidade.

Se você der a devida atenção ao topo do funil, responder as perguntas dessas pessoas e persuadi-las, você tem maiores chances de fidelizar clientes.

6. Não produzir conteúdo de qualidade

O conteúdo que você escreve deve envolver o leitor, ser interessante, atrativo.

Não é só sobre vender seu produto, e sim sobre ensinar alguma coisa para seu cliente em potencial.

E mostrar que você se importa em oferecer informação valiosa, que pode ser útil e relevante para ele.

Por isso é importante conhecer tão bem quem é seu público e o que ele precisa e deseja.

Isso gera conexão entre você e seus potenciais clientes, o que aumenta suas chances de vendas e de fidelização.

7. Se preocupar muito com SEO e pouco com pessoas

Saber aplicar as técnicas de SEO ao conteúdo que você escreve é importante para ele rankear bem nos mecanismos de busca e, assim, aumentar sua chance de atrair clientes.

Mas não dá para escrever só pensando em rankear bem.

Tem que pensar que existe uma pessoa de verdade por trás da tela, e essa pessoa tem que se identificar com o conteúdo que você escreve para se motivar.

A técnica é importante, mas o que seu cliente sente quando lê seu conteúdo é mais importante ainda.

8. Dar importância apenas para engajamento em redes sociais

Ter presença online é importante, mas não é a única coisa que vai te ajudar na sua estratégia.

Dedicar tempo demais só em aumentar a interação social nas redes e esquecer dos outros pontos do mix de marketing enfraquece sua estratégia.

A Google já explicou que a interação social não afeta o rankeamento do conteúdo

Não estou dizendo para você não se preocupar em interagir bem com clientes nas redes sociais.

Só estou dizendo que focar apenas nisso também não é a melhor estratégia.

Mas quando você equilibra isso com um bom conhecimento da sua persona, com a qualidade do conteúdo que você escreve, a originalidade do produto que você oferece e com boa divulgação, aí sim, o seu mix de marketing está no caminho certo.

Conclusão

O mix de marketing é uma ferramenta que te ajuda a estruturar a estratégia da sua empresa. 

Embora tenha surgido há mais de 50 anos, o mix foi sofrendo alterações para se adaptar a novos tempo e novas práticas no marketing.

Quando bem bolado, seu mix de marketing te ajuda a vender e a conquistar mais clientes.

Mas da mesma forma que ele te ajuda, ele também pode te atrapalhar na hora de conquistar seus objetivos. 

Tudo depende de como você se prepara para tocar seu negócio.

Nesse artigo te mostrei diferentes modelos de mix de marketing que podem te ajudar.

E também contei 8 erros que você pode estar cometendo ao montar seu mix e que podem estar acabando com a sua estratégia de marketing.

Agora é com você.